top of page

CIBELE FORJAZ

Mulher de Teatro e artista criadora da Cia.Livre desde os seus inícios. Diretora, encenadora, iluminadora, contra-regra, atriz da técnica, performer e educadora. 

Bacharel em Artes Cênicas, com habilitação em Direção Teatral, pela ECA/USP (1985/89). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes (2008) e Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (2013). Pós-Doutorado em Antropologia na linha de pesquisa da Antropologia das Formas Expressivas na FFLCH/USP (2018/19).  É docente e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e do PPG-AC/ECA/USP.

Em 39 anos de teatro, participou ativamente de quatro coletivos de teatro: SONS LINGUÍSTICOS OFICÍNICOS (1982/84); A BARCA DE DIONISOS (1986-1991); TEATRO OFICINA UZYNA UZONA (1992-2001) e a CIA. LIVRE, onde é diretora artística, desde 1999.

Estreia no Teatro profissional em 1987 no grupo A BARCA DE DIONÍSIOS, com a iluminação e co-direção de Leonce e Lena, de G. Büchner, direção de William Pereira. A montagem ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Espetáculo 1987 e APCA de revelação em muitas categorias.  N’A BARCA DE DIONÍSIOS dirige: O Homem da Flor na Boca, de Luigi Pirandello (1988); Fala Comigo Doce Como a Chuva, de Tennessee Williams; Noite, de Harold Pinter (1988/89) e O Lamento de Ariadne (1990). Em 1989, dirige Marilena Ansaldi em A Paixão Segundo GH, adaptação do romance de Clarice Lispector, trabalho pelo qual foi nominada como Revelação para os prêmios APETESP e MAMBEMBE. Em 1990, coordena o projeto DIDÁCTICA DA ENCENAÇÃO, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Como resultado, dirige Woyzeck, de Georg Büchner (1990/91), no cineclube elétrico, envolvendo a participação de 60 artistas jovens. 

Entre 1987 e 1998, trabalha também como iluminadora com vários diretores: William Pereira, Marcio Aurélio, Mauro Rasi, Augusto Francisco, Bia Lessa, Beatriz Azevedo, Beth Lopes, Antonio Araújo e Cristiane Paoli-Quito. 

Em 1992, entra para a CIA TEATRO OFICINA UZYNA UZONA, onde trabalha intensamente por 10 anos. Nesse período, sempre sob a direção de Zé Celso, foi assistente de direção e iluminadora em Ham-Let, de Shakespeare (1993/94) e Mistérios Gozosos, de Oswald de Andrade (1995/96); iluminadora em Bacantes, de Eurípides (1996/97/2000/2016), Pra Dar Um Fim no Juízo de Deus, de Antonin Artaud (1996/97/98); Ela!, de Jean Genet (1997) e Cacilda!, de Zé Celso (1998/99/2000).  Em 2001/2002, participa da gravação em DVD do repertório dos anos 90 do Teatro Oficina. Em Os Sertões (adaptação de Zé Celso para o romance homônimo de Euclides da Cunha) participa como artista-convidada, coordena a oficina de iluminadores do projeto d’A Terra, cria a luz de O Homem II e A Luta II (2000/2006). ilumina Os Bandidos, de Schiller (2007/08).

Paralelamente ao trabalho no Teatro Oficina, a partir de 1994 coordena um projeto de DIDÁCTICA DA ENCENAÇÃO em São José dos Campos, que deu origem, sob sua direção, ao espetáculo Álbum de Família (1994-98), de Nelson Rodrigues. 

Em 1999, junto com outros artistas-criadores da sua geração, cria a CIA. LIVRE. Em 2000 a CIA. LIVRE realiza um projeto de residência teatral sobre as TRAGÉDIAS CARIOCAS DE NELSON RODRIGUES na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Nesse projeto, produz e dirige Toda Nudez Será Castigada (2000/02) e atua sob a direção de Vadim Nikitin em Os 7 Gatinhos, ambas de Nelson Rodrigues (2000). Dirige também Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams (2002) e Depois do Expediente, de Kroetz (2003).

Em 2002 dirige Woyzeck, o Brasileiro, dramaturgia de Fernando Bonassi para o original de Georg Büchner, com Matheus Nachtergaele e grupo Piolim. Desse mesmo processo de trabalho cria, também, um espetáculo aberto: Woyzeck, o Desmembrado, inaugurando a sua experiência com o teatro-jogo. Esse espetáculo roda o Brasil em 2003.  

Em 2004, a CIA. LIVRE ganha o Edital para ocupação do Teatro de Arena de São Paulo por um ano, com o projeto: CIA LIVRE CONTA ARENA 50 ANOS. Do projeto fazem parte Arena Mostra Novos Dramaturgos, Arena Porto Aberto, Arena Conta Arena 50 Anos e Arena Conta Danton, uma releitura da Cia. Livre de A Morte de Danton, de Georg Büchner para o Teatro de Arena, com dramaturgia de Fernando Bonassi, sob sua direção (2004/06). 

Em 2005 coordena o Núcleo de Direção da Escola Livre de Teatro de Santo André. Em março de 2006 faz concurso público e torna-se professora de iluminação e direção no Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP. 

Ainda em 2006, coordena e dirige o projeto de criação da sede da Cia. Livre com o projeto MITOS DE MORTE E RENASCIMENTO [POVOS AMERÍNDIOS], contemplado pelo Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Em março de 2007, estreia o espetáculo VEM VAI - O Caminho dos Mortos, com dramaturgia de Newton Moreno, em processo colaborativo com a CIA.LIVRE. VEM VAI faz temporadas e viaja de 2007 a 2009. 

Em 2008 defende dissertação de mestrado na ECA/USP (À luz da Linguagem – A Linguagem da Iluminação Cênica, de instrumento da visibilidade à Scriptura do Visível). Dirige Rainha[(S)] – Duas Atrizes em Busca de um Coração (dramaturgia de Isabel Teixeira, Georgette Fadel e Cibele Forjaz, a partir de Mary Stuart, de F. Schiller). Na CIA.LIVRE participa do estudo sobre Teatro e Ritual e de Três Estudos Cênicos abertos: O Retábulo de Gilgamesh, Raptada pelo Raio e O Idiota. 

Em 2009 a Cia. Livre inaugura a CASA LIVRE como espaço cultural aberto ao público com uma temporada de Vem Vai. Dirige Raptada Pelo Raio, dramaturgia de Pedro Cesarino em processo colaborativo com a Cia. Livre sobre o mito-canto Kaná Kawã, do povo Marubo. A Cia. Livre edita dois livros: CADERNO LIVRE NÓZ – VEM VAI, O CAMINHO DOS MORTOS e CADERNO LIVRE NÓZ – RAPTADA PELO RAIO. 

Em março de 2010 estreia O Idiota – Uma Novela Teatral, adaptação do romance de Fiódor Dostoievski em uma parceria criativa entre a Cia.Livre e a Mundana Cia. O espetáculo fez várias temporadas em São Paulo, assim como viaja para Fortaleza, Rio de Janeiro e participa dos Festivais de Curitiba, FIT BH, Mirada e Europalia Brasil 2011 em Brussel, na Bélgica. 

Em 2010 foi curadora e co-diretora do projeto CIA.LIVRE 10 ANOS com leituras encenadas de todo o repertório da Cia.Livre, palestras sobre o movimento de grupo paulista dos anos 1990/2000 e estudos de processo de todos os espetáculos. Esse estudo público deu origem ao livro CIA LIVRE: EXPERIMENTOS E PROCESSOS 2000-2011. Em 2011 a Cia. Livre realiza o ESTUDO PÚBLICO ÁFRICA=BRASIL, visando a concepção e dramaturgia de um espetáculo inédito sobre o tema. No início de 2012 estreia A Travessia da Calunga Grande, texto de Gabriela Almeida em processo colaborativo com a Cia.Livre, sob sua direção. 

Em 2012 é convidada pelo Complejo Teatral San Martí, para dirigir um texto brasileiro em Buenos Aires. Em maio de 2012 estreia "La Comida" (texto de Newton Moreno). Ainda em 2012 dirige o espetáculo Madame B - Fita Demo, reinvenção de Madame Bovary, para uma banda Punk de garagem, texto de Jorge Louraço. Em 2013 tornou-se doutora pelo PPGAC da ECA/USP, sob orientação do prof. Dr. Jacó Guinsburg. 

Em 2014 dirige (junto com Lu Favoreto) o espetáculo de dança Xapiri Xapiripë, Lá Onde a Gente Dançava sobre Espelhos (pesquisa conjunta da Cia.Livre e Cia.Oito Nova Dança), que estreia em temporada no Teatro Paulo Autran, fazendo depois uma longa carreira, que inclui espetáculos em 3 aldeias indígenas - Guarany Mbyá (Tenondé-Porã, Krukutú e Jaraguá). Dirige também o espetáculo Cia Livre Canta Kaná Kawã, terceira versão da adaptação cênica do mito-canto Marubo Kaná Kawã. É curadora das atividades formativas do Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos - MIRADA 2014.

 Em 2015 dirige Maria Que Virou Jonas ou A Força da Imaginação, de Cassio Pires (2015), com Lucia Romano e Edgar Castro, espetáculo da Cia.Livre, resultado do projeto DO MATO AO ASFALTO, contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo (24a edição/2014). Dirige também Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, com Denise Fraga no papel título (Galileu esteve um ano em cartaz na cidade de São Paulo e 3 meses em turnê por dez capitais brasileiras, atingindo mais de 150.000 espectadores) e a pesquisa cênica NA SELVA DAS CIDADES – EM OBRAS, a partir do texto de Bertolt Brecht, com a Mundana Companhia (Ocupação #1 – São José do Rio Preto, set/15; Ocupação #2 – Capobianco, out/15). Por estes trabalhos ganha o prêmio governador de Estado 2015, na área de Teatro. Em 2016 dirige Na Selva das Cidades – em Obras /,Ocupação #3, no Galpão do Sesc Pompéia (março a maio de 2016) e também faz a luz para uma nova versão de Bacantes, no Teatro Oficina. Em 2017 viaja pela cidade de São Paulo com o projeto #MUNDANAOCUPASP - NA SELVA DAS CIDADES – EM OBRAS (Ocupação #4/PESSOAL DO FAROESTE; Ocupação #5/ÁGUAS – Yatch Club de Santo Amaro; Ocupação #6/TERRAS - ua do coliseu; Ocupação #7/COMIDA – CEAGESP; Ocupação #8/RECICLAGEM – favela do escorpião; Ocupação #9/PELE – madeireira na zona sul; Ocupação #10/LOVE STORY - Centro; Ocupação #11/MORTE – cemitério da lapa - Ocupação #12/ESPETÁCULO – Arthur Alvim - Ocupação #13/MATAS – Jardim Botânico; Ocupação #14/CATCH - Luz - Ocupação #15/TEATRO OFICINA) e Ocupação #16/RIO DE JANEIRO. 

Neste mesmo ano, a CIA. LIVRE realiza um projeto de pesquisa teórico-prática sobre atuação Épica-Dialética, no qual, entre outras atividades, realiza 5 LEITURAS ENCENADAS DE PEÇAS DE BERTOLT BRECHT. Neste projeto dirige leituras encenadas públicas de cinco textos de Bertolt Brecht, em parceria com seis companhias: A Santa Joana dos Matadouros (abril), com as companhias São Jorge e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos; Os Horácios e os Curiácios (Maio), com a Cia Oito Nova Dança (direção conjunta com Lu Favoreto); Um Homem é um Homem (junho), com a mundana companhia; Baal (julho), com a Cia 28 Patas Furiosas (direção conjunta com Wagner António) e A Resistível Ascensão de Arturo Ui (agosto), com a Cia. Antropofágica (direção conjunta com Thiago Reis Vasconcelos). No segundo semestre de 2017 dirige Dostoiévski-Trip, de Vladímir Sorókin, com a Cia. Livre e a mundana companhia, juntas. Dostoiévski-Trip realiza temporada no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. 

O seu projeto de pós doutorado “A morte e as Mortes do Rio Xingu” é aceito no Programa de Pós Graduação em Antropologia Social (PPGAS/ FFLCH / USP), na linha de pesquisa da Antropologia das Formas Expressivas, sob supervisão de Pedro Cesarino. De fevereiro a setembro de 2018, realiza estudo de campo no Rio Xingu, junto aos povos Araweté (Rio Ipixuna, afluente do Rio Xingu); Kayapó Mebengokré (Rio Fresco, afluente do Rio Xingu); Kamayurá (Ipavu - Território Indígena do Xingu - MT); Xipaia (Altamira e Rio Iriri, afluente do Rio Xingu); Juruna (Volta Grande do Rio Xingu) e Yudjá (Tubatuba / Território Indígena do Xingu/MT). Ainda em 2018 colabora como pesquisadora e orientadora de direção no Projeto “Margens: Sobre rios, crocodilos e vagalumes” sobre a barragem de Belo Monte, que dá origem ao espetáculo "Altamira 2042".  Em 2019 volta para Tubatuba para terminar a pesquisa de campo e, a partir de março, dirige e atua no espetáculo "Os Um e os Outros", uma livre recriação de "Os Horácios e Os Curiácios", peça de aprendizagem de Bertolt Brecht, com estreia em junho nas aldeias Kalipety, Tenondé Porã e Krukutú (povo Guarani M'Bya), em setembro no Sesc Pompéia e em outubro no TUSP. 

Em 2020, com a pandemia, fica isolada, estuda edição e faz experiências em performances audiovisuais sincrônicas via zoom ou gravadas e editadas. Lança com Lu Favoreto o vídeo "Desfazer da Face/Desfazer da Fuça" por Whatsapp e "Lá, Onde a Gente Dançava Sobre Espelhos" (#SESCemCasa/Lu Favoreto) e o curta Metragem "Estudo#1 para díptico: Ué, eu ecoa ocê’ u é eU?”, junto com Celso Sim e Manoela Rabinovitch. "Os Um e Os Outros" participa de Festivais Internacionais de Teatro via digital. 

Ganhou vários prêmios, entre eles, APCA 1989 , Mambembe 1996, APCA 1998, Qualidade Brasil 2002, APCA e Shell 2004, Shell 2007, APCA 2010, Qualidade Brasil 2015 e Prêmio Governador de Estado 2015.

cia.livre.png
Acervo digital
bottom of page