ESPETÁCULOS
LEITURAS ENCENADAS BRECHT
As encenações foram realizadas, em sua maioria, em conjunto entre os diretores e diretoras das diferentes companhias. Mas há casos, como por exemplo, o encontro com a Cia. São Jorge e o Núcleo Bartolomeu, em que a encenação foi elaborada rigorosamente de forma coletiva, cabendo à direção mais um papel de organização das ideias e dos ensaios.
A apropriação, mistura ou contradição entre as diferentes linguagens dos seis grupos envolvidos, a tentativa de experimentar diferentes formas de atuação épica, assim como a justaposição de diferentes ferramentas e procedimentos epicizantes, nortearam os ensaios e a criação conjunta entre as companhias. As formas e diferentes estéticas das cenografias, objetos, figurinos, luz, vídeo, sonoplastia ou música ao vivo, assim como as relações com os espaços públicos e com a participação efetiva da plateia, em cada uma das leituras, foram sempre o resultado da tentativa de síntese entre os procedimentos de criação e as diferentes linguagens dos grupos envolvidos na criação. Cada experiência foi incrivelmente diferente da outra, mas todas foram muito intensas e transformadoras, para todxs nós.
Sinopse/Realese
CINCO ESTUDOS CÊNICOS SOBRE PEÇAS DE BERTOLT BRECHT, EM REDE COM 6 GRUPOS DE TEATRO DA CIDADE DE SÃO PAULO.
A urgência da conjuntura política atual e a necessidade de articular respostas estéticas e éticas a ela, como forma de resistência, nos levou de volta à obra de Bertolt Brecht.
Esta pesquisa partiu de leituras de textos de Bertolt Brecht sobre o Teatro Épico e, principalmente, sobre a atuação épica, seguidas pelo Seminário Público A Trajetória de Brecht, com José António Pasta; passou por uma experiência teórico-prática, coordenada por Laura Brauer, o Curso Prático de Metodologias de atuação épica-Dialética, com Laura Brauer e culminou, nesta segunda fase, com a investigação prática sobre cinco textos de Bertolt Brecht - “Baal”, “Os Horácios e Os Curácios”, “Um Homem É Um Homem”, “A Santa Joana dos Matadouros” e “A Resistível Ascensão de Arturo Ui” - em colaboração com grupos convidados.
As dinâmicas de trabalho e processos de criação em conjunto foram discutidas coletivamente e, em geral, tentaram incluir, justapor e, quando possível, misturar procedimentos de trabalho dos grupos envolvidos em cada leitura encenada.